Presos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II) se
rebelaram quando agentes penitenciários conduziam um dos detentos, que havia
passado por atendimento médico, para dentro das celas. Dois presos que pularam
das galerias durante a rebelião ficaram feridos e foram encaminhados ao
hospital. Nenhum agente foi feito refém.
O local estratégico fica no centro da PEL II, entre as 30
galerias com capacidade para abrigar 960 presos. No momento da rebelião havia
1.140 detentos na penitenciária.
Após serem ameaçados, funcionários da unidade, agentes e
servidores do setor administrativo correram para o lado de fora, de onde
acompanharam toda a movimentação. Aproximadamente 30 agentes trabalhavam na PEL
II no momento em que começou o motim. Nenhum deles foi feito refém. Segundo
informações da Polícia Militar (PM), apenas detentos permaneceram na unidade.
Em menos de 15 minutos, os presos abriram o restante das
celas, invadiram as demais galerias e subiram para o telhado da penitenciária.
Em direção à rua, eles lançaram objetos, pedaços de madeira, quebraram telhas,
janelas e atearam fogo nos fundos e na entrada da PEL II. Os detentos
escreveram "PCC" em um lençol branco e exibiram a sigla do Primeiro
Comando da Capital. Eles passaram a ameaçar reféns, que eram levados para o
telhado da unidade.
Policiais do Pelotão de Choque e do Grupamento Aeropolicial
(Graer) cercaram a penitenciária. A área permaneceu isolada apenas para a
circulação dos policiais e dos envolvidos na negociação. Familiares
acompanharam a movimentação a distância, mas a todo instante entravam em
contato com os presos por meio de celulares. Os detentos reclamam da opressão
por parte de alguns agentes, da falta de assistência dentro da unidade e de
refeições estragadas que estariam sendo servidas pelos funcionários.
Durante a tarde quatro presos permaneceram amarrados próximo
do beiral da galeria frontal da PEL II. Eles foram agredidos inclusive com
máquinas de choque a todo o momento eram vítimas de ameaças por parte dos
presos de facções rivais. Alguns deles chegaram a ficar pendurados em cima do
prédio. Dois presos pularam de cima das galerias e ficaram feridos. Eles foram
encaminhados a hospitais locais pelo Siate.
Além de destruir as celas, vidraças e o telhado, os detentos
incendiaram o setor administrativo da unidade. As chamas se alastraram rapidamente
e provocaram uma grande fumaça preta. Outros focos menores também foram
registrados. O porta-voz da PM, Ricardo Eguedis, contou que as negociações
foram iniciadas e que os presos fizeram exigências por melhores condições na
unidade.
fontes fotos: Folha web/ folha de londrina